domingo, 10 de maio de 2009

Sete Mulheres (1966) - John Ford



"Grandeza e trágico se instalam pouco a pouco, naquilo que transborda dessas células da narrativa encaixadas umas às outras, por um tipo de intensidade, ela também fragmentária, que fornece aos atores um tempo de interpretação contido e mais longo do que o que requeriria o enunciado dramático escrito do roteiro."

Jean-Claude Biette, Rhétorique du piège, Trafic nº 13, inverno 1995

***

"O cativante da ação de um personagem, cabe aqui expor, não está necessariamente no seu potencial de espetáculo, nem na sua qualidade de intriga. Em alguns dos melhores filmes de John Ford, por exemplo, os personagens passam 90% do tempo sem fazer nada de intrigante. Só que alguma coisa acontece quando vemos John Wayne pilotando seu jipe em Donovan’s Reef, ou falando sobre os males de mascar tabaco em Legião Invencível, ou comparando sua altura com a do seu filho em Rio Grande. Alguma coisa acontece porque estamos vendo um mundo, e isso nos fascina. Estamos vendo um gesto e um espaço, e a mise en scène desse gesto nesse espaço."

Luiz Carlos Oliveira Jr., A Publicidade Venceu, Contracampo nº92

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