segunda-feira, 18 de maio de 2009

Nouvelle vague (1990) - Jean-Luc Godard





'Parece que o filme é feito de deslizamentos sucessivos que o fazem balançar plano a plano, como se fosse empurrado levemente pela imagem que ele apresenta de um mundo ao contrário. (...) Que este filme seja feito, que ele tenha sido concebido, que nós sejamos atores espantados e espectadores desorientados, isto é o primeiro passo em direção à materialidade da fábula.'

Jean-Louis Comolli, A rebours?, Cahiers du Cinéma nº 168, julho 1965

***

"Se a mise en scène foi, notadamente em Hollywood, o meio pelo qual o cinema nos dizia representar o mundo, cineasta é então aquele que, apesar do que diz publicamente, não se satisfaz de fazer num filme que cinema, e continua até hoje a não satisfazer-se. Assim Godard, desde Acossado, se autoriza dessa insatisfação em relação a uma regra na qual não se devia, em um filme, sair do cinema, o que implica dizer que foi primeiramente e acima de tudo cineasta: um cineasta para quem a disjunção teve que primeiramente efetuar-se, pela não-experiência da mise en scène, sobre uma impressão rosselliniana da realidade conquistada sobre o mundo ambiente. Rouch, como Griffith, havia preparado o terreno com Os Mestres Loucos e Eu, um Negro (na sua renovação do comentário e na sua assunção da experiência pessoal).

Cada cineasta que descobrimos possui uma maneira inédita de se afirmar em um efeito de disjunção que é necessário aprender pouco a pouco a identificar."

Jean-Claude Biette, Qu'est'ce qu'un cinéaste?, Trafic n° 18, primavera 1996

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