sábado, 9 de maio de 2009

Le schpountz (1938) - Marcel Pagnol



"Pagnol cineasta foi durante muito tempo criticado, e até mesmo enterrado, em prol do seu desprezo aparente do cinema e de sua concepção da mise en scène como uma conservação de suas próprias peças. Ele poderia replicar, e até mesmo não se privou de fazê-lo, que ao mesmo tempo em que imprimia suas obras sobre a película ele inovava no domínio do plano-seqüência, do som direto e dos exteriores. Terá ele sido, tecnicamente falando, um reacionário ou um inovador? A questão, como se vê, é praticamente insolúvel e não apresenta qualquer interesse. O que terá decalcado de uma outra arte, o que terá inventado, ele o fez como sem pensar, simplesmente seguindo seu instinto na procura da melhor encarnação possível do mundo e dos personagens que atraíam seu coração. Vendo seus filmes hoje percebe-se, e isso não é mais contestado por ninguém, que terá sido em suma um tipo de clássico, para quem a escritura do roteiro e a criação dos personagens importavam mais do que tudo, de acordo nisso, e talvez sem sabê-lo, com a maioria dos grandes cineastas que sempre afirmaram (incluindo aqueles que não escreviam uma linha de seus roteiros) que o elemento mais importante de um filme é a história, tanto como ponto de partida como resultado real da mise en scène."

Jacques Lourcelles, Journal de 1966, Présence du Cinéma n° 24-25, outono 1967

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